Grupo 5 a Seco segue em harmonia no quinto álbum, ‘Sentido’, entre reflexões sobre o passado e projeções do futuro

Capa do álbum ‘Sentido’, do grupo 5 a Seco Lorena Dini ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Sentido Artista: 5 a Seco Cotação: ★ ★ ★ 1/2 ♪ O grupo 5...

Capa do álbum ‘Sentido’, do grupo 5 a Seco Lorena Dini ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Sentido Artista: 5 a Seco Cotação: ★ ★ ★ 1/2 ♪ O grupo 5 a Seco gravita em torno de universo particular. Em cena desde julho de 2009, inicialmente para fazer somente um show intitulado 5 a Seco, o quinteto paulistano construiu crescente base de seguidores que tem lhe permitido pavimentar um caminho de sucesso sem depender do aval de críticos e tampouco da conquista de espaços na mídia tradicional. Sentido – álbum lançado pelo 5 a Seco na quinta-feira, 28 de novembro, para dar continuidade à trajetória que permaneceu pausada por cinco anos – extrapola (um pouco) esse universo particular sem jamais traí-lo. São 15 músicas e 15 anos de estrada, sendo que os grandes momentos de Sentido se encontram no início e no fim do álbum. Na abertura, a caravana do 5 a Seco pede passagem para marchar e seguir a toada aliciante de Comédia de enganos (Vinicius Calderoni, Alfredo Del Penho e Beto Lemos, 2022), música inédita em disco, mas apresentada há dois anos na cena de Museu Nacional [Todas as vozes do fogo], espetáculo da companhia teatral carioca Barca dos Corações Partidos. Na gravação do 5 a Seco, cada integrante canta uma estrofe da música, sendo que a última estrofe ganha a voz de ninguém menos do que Chico Buarque. Até pela presença luxuosa de Chico, Comédia de enganos simboliza renovação no cancioneiro do grupo. No fecho do disco, o cortejo se encerra com a marcha igualmente envolvente de Sigamos (Pedro Altério e Pedro Viáfora), uma das grandes músicas do repertório do quinteto. Sigamos flagra Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni em pleno vigor na caminhada, vislumbrando futuro com promessas de (mais) vida. “Caminhando no nosso cortejo / Universos na nossa mirada / Passeando em passados inteiros / Construindo a própria cilada / Cada lágrima solta no tempo / São ponteiros marcando a virada / É a presença preenchendo o momento / É a trilha encontrando a estrada”, cantam os autores, Pedro Altério e Pedro Viáfora, dando vozes a versos de alta voltagem poética. Entre Comédia de enganos e Sigamos, o álbum Sentido alinha canções que versam sobre amor e/ou tempo. Nessa safra, Bagulho doido (Vinicius Calderoni) se diferencia pelo suingue funky em levadas de violões e percussões. O texto enviado aos críticos para apresentar o álbum Sentido enfatiza o alcance de “maturidade” pelo quinteto. Talvez o termo mais adequado para qualificar o disco seja “continuidade”, até porque, embora a pausa tenha feito bem ao grupo, o 5 a Seco a rigor se situa com Sentido no mesmo bom nível do primeiro álbum, Ao vivo no Auditório Ibirapuera (2012). Com maior ou menor poder de sedução, canções como Céu de dentro (Pedro Altério, Leo Bianchini e Pedro Viáfora), Ela apareceu (Pedro Viáfora), Milagre (Tó Brandileone e Vinicius Calderoni) – título de beleza sobressalente na safra do álbum Sentido – e Pequenas alegrias (Vinicius Calderoni) são desfiadas com produção musical tão certeira quanto elegante, mérito de Tó Brandileone, hábil ao assentar com base percussiva músicas pautadas pelo balanço, caso de Quero-quero (Leo Bianchini e Leo Versolato), outro destaque de Sentido. Entre reflexões sobre o passado e projeções do futuro, a caravana do 5 a Seco marcha em harmonia no quinto álbum do grupo com coerência e...sentido. O grupo 5 a Seco apresenta 15 músicas autorais no álbum ‘Sentido’, (bem) produzido por Tó Brandileone Lorena Dini / Divulgação